Curriculum Base de
Conhecimento
Ementas Sistema de Avaliação

Base de Conhecimento

O currículo do PED Brasil tem raízes em anos de estudos sobre características de formação de professores de alta qualidade e práticas pedagógicas eficazes.

A base de conhecimento do programa está ancorada em três eixos principais de conhecimentos e habilidades que, de acordo com a literatura, são importantes para professoras e professores se desenvolverem ao longo da sua formação:

Adaptado de Hammond e
Bransford (2019), Preparando os
professores para um mundo em
transformação: o que aprender e
estar aptos a fazer, p. 9.
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Este quadro teórico, utilizado para a criação do arco curricular do programa, reflete quatro princípios fundamentais:

  • Conexão entre teoria e prática
  • Articulação entre universidades e
    escolas de educação básica
  • Excelência e equidade
  • Coerência curricular

Coerência curricular

A partir da base de conhecimento e dos princípios, o currículo do programa é composto por duas dimensões altamente integradas e conectadas: acadêmica e clínica. Essas dimensões se articulam ao longo de dez módulos presenciais e de um programa de mentoria transversal.

PROGRAMA DE MENTORIA
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Ementas

Currículo acadêmico

O currículo acadêmico do programa consiste em dez módulos presenciais que incluem aulas, atividades, leituras e entregas que enfatizam a conexão entre a teoria e a prática pedagógica.

Cada módulo do programa, com exceção de “Introdução ao PED” e “Preparação do portfólio final”, é dividido em 3 unidades didáticas, com 4 aulas cada. Ao final de cada unidade há uma aula de reflexão conduzida por uma mentora (aulas 4, 8 e 12) que visa conectar diretamente os conceitos estudados com a prática e situações reais de sala de aula.

EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DO MÓDULO
"TRABALHO EM GRUPO EM SALAS DE AULA HETEROGÊNEAS":

UNIDADE 1:

Condições Necessárias
para o trabalho em grupo
  • Aula 1 Salas de aulas equitativas
  • Aula 2 Organizando a turma para o trabalho em grupo
  • Aula 3 Planejando atividades apropriadas para o trabalho em grupo
  • Aula 4 Oficina: Construção de atividades apropriadas para o trabalho em grupo

UNIDADE 2:

STATUS
  • Aula 5 Problemas de status: análise de participação desigual
  • Aula 6 Tratamento de status 1: Orientação para múltiplas habilidades
  • Aula 7 Tratamento de status 2: Estereótipos e atribuição de competência
  • Aula 8 Ensaio de um trecho de aula

UNIDADE 3:

IMPLEMENTAÇÃO
  • Aula 9 Linguagem para acessar, para participar e para demonstrar conhecimento
  • Aula 10 Avaliação do trabalho em grupo
  • Aula 11 Síntese do módulo: compartilhando e refletindo
  • Aula 12 Conferência sobre salas de aula equitativas

UNIDADE 1:

Condições Necessárias
para o trabalho em grupo
  • Aula 1 Salas de aulas equitativas
  • Aula 2 Organizando a turma para o trabalho em grupo
  • Aula 3 Planejando atividades apropriadas para o trabalho em grupo
  • Aula 4 Oficina: Construção de atividades apropriadas para o trabalho em grupo

UNIDADE 2:

STATUS
  • Aula 5 Problemas de status: análise de participação desigual
  • Aula 6 Tratamento de status 1: Orientação para múltiplas habilidades
  • Aula 7 Tratamento de status 2: Estereótipos e atribuição de competência
  • Aula 8 Ensaio de um trecho de aula

UNIDADE 3:

IMPLEMENTAÇÃO
  • Aula 9 Linguagem para acessar, para participar e para demonstrar conhecimento
  • Aula 10 Avaliação do trabalho em grupo
  • Aula 11 Síntese do módulo: compartilhando e refletindo
  • Aula 12 Conferência sobre salas de aula equitativas

Descrição dos módulos do programa

1 - Introdução ao PED

Este módulo tem como objetivo apresentar às professoras e professores cursistas os princípios, fundamentos e metodologia do PED Brasil. Os cursistas irão conhecer a estrutura do currículo e as expectativas do programa, iniciar a formação de uma comunidade de aprendizagem e de prática e fazer conexões entre a vivência e a construção de interações equitativas nos módulos do PED Brasil e nas escolas.

2 - Gestão e Organização da Sala de Aula

Este módulo tem como objetivo oferecer às professoras e professores cursistas uma visão geral sobre gestão e organização da sala de aula, compreendendo-a como a criação de um ambiente capaz de sustentar oportunidades de aprendizagem desafiadoras e equitativas. Baseando-se em fundamentos teóricos e reflexões sobre suas próprias experiências, as professoras e professores participantes irão desenvolver suas próprias abordagens para estabelecer um ambiente de aprendizagem bem estruturado, inclusivo e produtivo, possibilitando um rigoroso trabalho intelectual em sala de aula.

Bibliografia principal:

  • FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
  • ROGERS, Bill. Gestão de relacionamento e comportamento em sala de aula. Trad. Gisele Klein. Porto Alegre: Artmed, 2015.
  • WEINSTEIN, C.; NOVODVORSKY, I. Gestão da sala de aula: lições da pesquisa e da prática para trabalhar com adolescentes. Porto Alegre: AMGH Editora, 2015.

3 - Ensino e Aprendizagem Centrados no Estudante

Com foco nos princípios de aprendizagem e desenvolvimento da criança e do adolescente nos contextos familiar, escolar e comunitário, este módulo tem como objetivo permitir que as professoras e professores cursistas observem e compreendam as crianças e adolescentes a partir das perspectivas psicológica, social, cognitiva e física. Este módulo aborda como o conhecimento integral do estudante por parte dos professores pode contribuir para suas práticas pedagógicas e, como consequência, para a aprendizagem dele.

Bibliografia principal:

  • BANDURA, Albert; AZZI, Roberta Gurgel; POLYDORO, Soely. Teoria Social Cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed, 2008. cap. 4.
  • BRANSFORD, John; BROWN, Ann; COCKING, Rodney (ed.). Como as pessoas aprendem: cérebro, mente, experiência e escola. Comitê de Desenvolvimento da Ciência da Aprendizagem, Comitê de Pesquisa da Aprendizagem e da Prática Educacional, Comissão de Educação e Ciências Sociais e do Comportamento, Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.
  • BURGOS, Marcelo B.; ROSSI, Laura. O valor da educação escolar para as famílias: confronto entre a percepção dos responsáveis e o senso comum escolar. In: BURGOS, Marcelo Baumann (org.). A escola e o mundo do aluno: estudos sobre a construção social do aluno e o papel institucional da escola. Rio de Janeiro: GARAMOND, 2014. pp. 50-70.
  • DARLING-HAMMOND, L. Preparando professores para um mundo em transformação: o que devem aprender e estar aptos a fazer. Porto Alegre: Penso, 2019. pp. 104-106.
  • DESSEN, Maria A.; POLONIA, Ana C. A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 17, n. 36, p. 21-32, Abr 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000100003&lng=en&nrm=iso>. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2007000100003.
  • GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: BRASIL. Educação Anti-racista: caminhos abertos pela Lei federal nº 10.639/03. Brasília, MEC, Secretaria de educação continuada e alfabetização e diversidade, 2005. pp. 39-62.
  • JILK, L. M. Supporting teacher noticing of students’ mathematical strengths. Mathematics Teacher Educator, v. 4, n. 2, p. 188-199,  2016. doi: 10.5951/mathteaceduc.4.2.0188
  • OECD. O que está por trás da desigualdade de gênero na educação? PISA em foco, v. 03, mar. 2015. Disponível em: <https://www.oecd.org/pisa/pisaproducts/pisainfocus/PIF-49%20(por).pdf>
  • RIES, Bruno Edgar. Condicionamento operante ou instrumental: B. F. Skinner. In LA ROSA, Jorge (org.). Psicologia e Educação: o significado do aprender. Porto Alegre: EDPUCRS, 2003. cap. 3, pp. 57-70.
  • SMAGORINSKY, Peter. What Does Vygotsky Provide for the 21st-Century Language Arts Teacher? Language Arts (National Council of Teachers of English), v. 90, n. 3, Janeiro 2013. pp. 192-204. Disponível em: <https://library.ncte.org/journals/la/issues/v90-3/22103>.

4 - Trabalho em Grupo em Salas de Aula Heterogêneas

Este módulo tem como objetivo preparar as professoras e professores cursistas para construir salas de aulas equitativas por meio da abordagem pedagógica do trabalho em grupo. A partir de uma sólida base teórica, as professoras e professores irão aprender e praticar: como construir atividades adequadas ao trabalho em grupo que apoiem objetivos intelectuais e sociais em suas salas de aula; como avaliar produções de grupos e contribuições individuais dos membros dos grupos; e como intervir para equalizar relações de status de estudantes para que as interações durante o trabalho em grupo sejam mais equitativas.

Bibliografia principal:

  • COHEN, Elizabeth; LOTAN, Rachel A. Planejando o trabalho em grupo: estratégias para salas de aula heterogêneas. 3a edição. Porto Alegre: Penso, 2017.
  • LOTAN, Rachel A. Teaching teachers to build equitable classrooms. Teoria em Prática (Taylor & Francis, Ltd.), v. 45, n. 1, Detracking and Heterogeneous Grouping, Inverno de 2006, pp. 32-39. Disponível em <http://www.jstor.org/stable/3497014>.
  • STEELE, Claude. In the air between us: Stereotypes, identity, and achievement. In: MARKUS, H.R. and MOYA, P. M. L. (eds). Doing race. Norton & Company, Inc., 2010.

5 - Currículo, Ensino e Avaliação em Matemática I

Este módulo tem como objetivo promover uma reflexão sobre a natureza da matemática e do significado do processo de “fazer matemática”, reconhecendo-o como uma atividade que envolve criatividade, flexibilidade, comunicação e colaboração. As professoras e professores cursistas irão explorar e implementar em suas salas de aula uma prática pedagógica que visa desenvolver a flexibilidade e compreensão profunda das quatro operações – as Conversas Numéricas –, além de aprofundarem seu conhecimento pedagógico de conteúdo sobre o tema dos Números na matemática escolar.

Bibliografia principal:

  • BOALER, Jo. Mentalidades Matemáticas. Porto Alegre: Penso, 2018.
  • BOALER, Jo e WILLIAMS, Cathy. Fluência Sem Medo: Pesquisas Mostram as Melhores Formas de Aprender Fatos Matemáticos. Youcubed. Disponível em: https://www.youcubed.org/pt-br/evidence/fluencia-sem-medo/
  • BURNS, Marilyn. Snapshots of Student Misunderstandings. Educational Leadership. ASCD,  2010.
  • HUMPHREYS, Cathy e PARKER, Ruth. Use Number Talks to Boost Math Reasoning. Middleweb, 2015.
  • ________________. Conversas Numéricas. Porto Alegre: Penso, 2019.
  • LOCKHART, Paul. A mathematician’s lament: How school cheats us out of our most fascinating and imaginative art form. Bellevue literary press, 2009.
  • PARRISH, Sherry. Number talks: Helping children build mental math and computation strategies, grades K-5. Math Solutions, 2010.
  • SKEMP, Richard. Relational Understanding and Instrumental Understanding. The Arithmetic Teacher, v. 26, n. 3, pp.9-15, 1978.
  • VAN DE WALLE, John; Matemática no Ensino Fundamental: formação de professores e aplicações em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.

5 - Currículo, Ensino e Avaliação em Ciências I

Este módulo tem como objetivo promover reflexões sobre as múltiplas dimensões do ensino de ciências a serem consideradas no planejamento de atividades de ciências significativas, equitativas e relevantes para os estudantes, levando em consideração quem são eles, seus interesses e contextos. As professoras e professores cursistas irão vivenciar e planejar atividades de ciências baseadas em práticas de ciências e engenharia que possibilitam aos estudantes se engajar profundamente com fenômenos científicos – fazendo perguntas, projetando experimentos, criando modelos e argumentando a partir de evidências sobre suas ideias. As professoras e professores irão refletir sobre os conteúdos a serem ensinados a fim de selecionar ideias centrais e também aprofundar seu próprio conhecimento sobre o tópico a fim de poder decidir sobre as melhores maneiras de apresentar ideias científicas aos estudantes e ajudá-los a construir compreensões profundas.

Bibliografia principal:

  • BROWN, Bryan A.; RYOO, Kihyun. Teaching science as a language: A “content‐first” approach to science teaching. Journal of Research in Science Teaching, v. 45, n. 5, p. 529-553, 2008
  • FREIRE, Paulo. A concepção «bancária» da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica. In:___. Pedagogia do Oprimido. 17ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, cap. 2, p. 33-43.
  • FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In:___. Pedagogia do Oprimido. 17ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, cap. 3, p. 44-69.
  • LEMKE, Jay L. Teaching against the Mystique of Science. In: ___. Talking science: Language, learning, and values. Ablex Publishing Corporation, cap. 5, p. 142-152 1990.
  • OSBORNE, Jonathan. Teaching scientific practices: Meeting the challenge of change. Journal of Science Teacher Education, v. 25, n. 2, p. 177-196, 2014.
  • PAPERT, Seymour. Logo: Computadores e Educação [Mindstorms: children, computers and powerful ideas] (Tradução: Valente, J.A., Bitelman, B., Ripper, A.V.). Editora Brasiliense, 1988.
  • SASSERON, Lúcia Helena. Ensino de ciências por investigação e o desenvolvimento de práticas: uma mirada para a base nacional comum curricular. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, p. 1061-1085, 2018.
  • SONGER, Nancy Butler; KALI, Yael. Science education and the learning sciences as coevolving species. In: The Cambridge handbook of the learning sciences. 2014. p. 565-586. (trechos)

6 - Planejamento do Currículo em Ação

Este módulo tem como objetivo aprofundar os conhecimentos e práticas das professoras e professores cursistas sobre o planejamento de currículo, a partir da perspectiva teórica do planejamento para a compreensão e do uso da metodologia do planejamento reverso. Ao longo das aulas, as professoras e professores irão analisar planos de aula e orientações curriculares, identificando o que os estudantes sabem e o que precisam saber; mapear atividades avaliativas que sejam adequadas para verificação das aprendizagens e para o ajuste dos percursos formativos; planejar experiências de aprendizagem; e elaborar planos de aula e implementá-los com suas turmas.

Bibliografia principal

  • BERGMANN, Jonathan. Aprendizagem invertida para resolver o problema do dever de casa. Tradução: Henrique de Oliveira Guerra. Revisão Técnica: Marcelo Gabriel. Porto Alegre: Penso, 2018.
  • BIGGS, John. Aligning teaching for constructing learning. The Higher Education Academy. 2003. Disponível em:   <https://www.heacademy.ac.uk/sites/default/files/resources/id477_aligning_teaching_for_constructing_learning.pdf>.
  • BIGGS, John. Teaching teaching & Understanding understanding. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rM7KMi14ZHI>.
  • BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília, DF, 2016.
  • BRUNER, Jerome. O processo da educação. São Paulo: Editora Nacional, 1972.
  • CRAHAY, Marcel. Como a escola pode ser mais justa e eficaz? Cadernos Cenpec. v. 3, n. 1, pp. 09-40, jun. 2013. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0ByvC3cFotPFubkwtLUs4YXRHYk0/view>.
  • DELPIT, Lisa. Other people’s children: cultural conflict in the classroom. Nova Iorque: The New Press, 2006.
  • HEER, Rex. A model of learning objectives. Iowa State University: Center for Excellence in Learning and Teaching, 2012. Disponível em: <http://www.celt.iastate.edu/wp-content/uploads/2015/09/RevisedBloomsHandout-1.pdf>.
  • McTIGHE, Jay; WIGGINS, Grant. Understanding by Design – Professional Development Workbook. Alexandria, VA: ASCD, 2004.
  • MONTGOMERY, Winifred. Creating culturally responsive, inclusive classroom. Teaching exceptional children. Vol. 33, n. 4, pp. 4-9, 2001.
  • MOSS, Connie M; BROOKHART, Susan M. Learning Targets: Helping students aim for understanding in today’s lesson. Alexandria, VA: ASCD, 2012.
  • RUSSEL, Michael K.; AIRASIAN, Peter W. Avaliação em sala de aula: conceitos e aplicações. Trad. Marcelo de Abreu Almeida. Porto Alegre: AMGH Editora, 2014, 7 ed.
  • SACRISTÁN, J. G. O que significa curriculo? In SACRISTAN, J. G. (org.)  Saberes e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Penso, 2013.
  • WEBB, Norman L. Guia Webb da complexidade do conhecimento.
  • WIGGINS, Grant; McTIGHE, Jay. Planejamento para a compreensão: alinhando currículo, avaliação e ensino por meio do planejamento reverso. Porto Alegre: Penso, 2019.
  • WIGGINS, Grant; McTIGHE, Jay. The Understanding by Design Guide to creating high-quality units. Alexandria, VA: ASCD, 2011.
  • WIGGINS, Grant;McTIGHE, Jay. The Understanding by Design Guide to advanced concepts in creating and Reviewing Units. Alexandria, VA: ASCD, 2012.
  • YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 101, p. 1287-1302, set.-dez. 2007.
  • ZABALA, Antoni (org). Como trabalhar conteúdos procedimentais na sala de aula. Tradução: Ernani Rosa. Poto Alegre: Artmed, 2007.

7 - Currículo, Ensino e Avaliação em Matemática II

Matemática II

Este módulo tem como objetivo possibilitar que as professoras e professores cursistas planejem atividades matemáticas abertas e produtivas, com foco na compreensão dos estudantes, e implementem aulas baseadas na abordagem pedagógica de resolução de problemas. As professoras e professores irão estudar as expectativas de aprendizagem descritas pela Base Nacional Comum Curricular e as Grandes Ideias Matemáticas como ferramenta de auxílio ao planejamento, além de aprofundarem seu conhecimento pedagógico de conteúdo sobre o tema da Álgebra na matemática escolar.

Bibliografia principal:

  • BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília, DF, 2016.
  • BOALER, Jo. Mentalidades Matemáticas. Porto Alegre: Penso, 2018.
  • CHARLES, Randal. Big Ideas and Understandings as the Foundation for Elementary and Middle School Mathematics. Journal of Mathematics Education Leadership, v.7, n.3, 2012.
  • MACHADO, Nilson José. Matemática: ideias fundamentais. 2015. Disponível em: https://www.nilsonjosemachado.net/sementes-1-matematica-ideias-fundamentais/.
  • VAN DE WALLE, John. Matemática no Ensino Fundamental: formação de professores e aplicações em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.

7 - Currículo, Ensino e Avaliação em Ciências II

Este módulo trata de letramento (leitura e escrita) e discurso (falar e ouvir) em ensino de ciências e engenharia. Oferecemos exemplos e justificativas para atividades de leitura, escrita e discussão que engajam os estudantes no pensamento científico e nas práticas de ciências e engenharia.

Bibliografia principal:

  • BANG M. & MEDIN D. Cultural Processes in Science Education: Supporting the Navigation of Multiple Epistemologies. Sci. Ed., 94: 1008-1026. doi:10.1002/sce.20392
  • DISESSA, A. A History of Conceptual Change research: Threads and Fault Lines. In: Sawyer, K (org.). The Cambridge Handbook of the Learning Sciences. 2. Ed. 2014, p. 88-91, 93.
  • FREIRE, P. Lendo a palavra e lendo o mundo: uma entrevista com Paulo Freire. Language Arts, Vol. 62, No. 1, Making Meaning, Learning Language, 1985. pp. 15-21
  • GONZALEZ-HOWARD, M. & MCNEILL, K.L. Teachers’ framing of argumentation goals: Working together to develop individual versus communal understanding. J Res Sci Teach. 56: p.821–844, 2019.
  • MORROW, R.A. Paulo Freire, Indigenous Knowledge and eurocentric critiques of development: three perspectives. In: Torres, Carlos Alberto; Noguera, Pedro (eds.) Social Justice Education for Teachers. Paulo Freire and the Possible Dream. Rotterdam, Sense Publishers, 2008. p. 81-85
  • NORRIS S.P. & PHILLIPS, L.M. Como o letramento em seu sentido fundamental é central para o letramento científico. Science Education, v.87 n2 p. 224-40, 2003.
  • OCDE. Futuro da Educação e Competências 2030 da OCDE.
  • PASSMORE, SCHWARZ & MANKOWSKI. Desenvolver e usar modelos. In: Schwarz, C; Passmore, C; and Reiser B. J. Helping Students make Sense of the World through Next Generation Science and Engineering Practices. NSTA Press, 2017
  • SADLER, P.M.; SONNERT, G. Understanding Misconceptions: Teaching and Learning in Middle School Physical Science. American Educator 2016 v.40 n 1 p. 26-32.
  • WILKERSON, M. & FENWICK, M. (2016). A prática de usar matemática e pensamento computacional. In C. V. Schwarz, C. Passmore, & B. J. Reiser (Eds.), Helping Students Make Sense of the World Using Next Generation Science and Engineering Practices. Arlington, VA: National Science Teachers’ Association Press.

8 - Avaliação para Equidade

Este módulo tem como objetivo desenvolver a base de conhecimento, habilidades e estratégias das professoras e professores cursistas para projetar um sistema de avaliação que apoie a aprendizagem e o desempenho de todos os estudantes em suas salas de aula. Ao longo das aulas, os cursistas irão discutir sobre as evidências de pesquisas que destacam o potencial das avaliações formativas para o aumento dos níveis de aprendizagem e da equidade em sala de aula; o oferecimento de devolutivas e a atribuição de notas ou conceitos; o uso das avaliações externas na política educacional brasileira; e o papel do plano e da política de avaliação em sala de aula.

Bibliografia principal:

  • BOALER, Jo. Mentalidades Matemáticas. Porto Alegre: Penso, 2018.
  • BOTELHO, Fernando; MADEIRA, Ricardo; RANGEL, Marcos A. Racial discrimination in grading: Evidence from Brazil. American Economic Journal: Applied Economics, v. 7, n. 4, p. 37-52, 2015.
  • BROOKHART, Susan M. Feedback that fits. Educational Leadership, p. 54-59, 2008.
  • BROOKHART, Susan M. How to give effective feedback to your students. Alexandria, VA: ASCD, 2017.
  • CASTILLO ARREDONDO, Santiago; CABRERIZO DIAGO, Jesús. Avaliação educacional e promoção escolar. Trad. Sandra Martha Dolinsky. Curitiba: Ibepex; São Paulo: Unesp, 2009.
  • DE BLASIS, Eloísa (org); TILGER, Marcos; LONGATO, Silvia. Avaliação Educacional: os desafios da sala de aula e a promoção da aprendizagem. São Paulo: Cenpec: Fundação Itaú Social, 2014.
  • FELDMAN, Joe. Grading for equity: What it is, why it matters, and how it can transform schools and classrooms. Canada: Corwin Press, 2018.
  • GONZALEZ, Jennifer. Your Rubric is a Hot Mess; Here’s How to Fix It. Brilliant or Insane: Education on the Edge, Outubro 2024.
  • REEVES, Douglas. Elements of grading: a guide to effective practice. Bloomington, IN: Solution Tree Press, 2011.
  • RUSSEL, Michael K.; AIRASIAN, Peter W. Avaliação em sala de aula: conceitos e aplicações. Trad. Marcelo de Abreu Almeida. Porto Alegre: AMGH Editora, 2014, 7 ed.
  • STIGGINS, Richard J. Assessment crisis: The absence of assessment for learning. Phi Delta Kappan, v. 83, n. 10, p. 758-765, 2002.
  • VIEIRA, André. Expectativas dos professores e mismatch racial na escola pública brasileira. Cadernos de Pesquisa, v. 48, p. 412-445, 2018.

9 - Currículo, Ensino e Avaliação em Matemática III

Este módulo tem como objetivo apoiar as professoras e professores cursistas no desenvolvimento de comunidades de aprendizagem de matemática nas quais o discurso dos estudantes é valorizado. As professoras e professores cursistas irão aprender práticas de planejamento e implementação de discussões matemáticas produtivas com toda a turma, com foco na conexão das ideias, raciocínios e compreensões dos estudantes, além de aprofundarem seu conhecimento pedagógico de conteúdo sobre os temas de Geometria e Grandezas e Medidas na matemática escolar.

Bibliografia principal:

  • HIEBERT, J.; CARPENTER, T. P.; FENNEMA, E.; FUSON, K. C.; WEARNE, D.; MURRAY, H.; OLIVIER, A.; HUMAN, P. Making Sense: teaching and learning mathematics with understanding. Portsmouth, 1997.
  • HUFFERD-ACKLES, K.; FUSON, K. C.; SHERIN, M. G. Describing Levels and Components of a Math-Talk Learning Community. Journal for Research in Mathematics Education, Vol. 35, No. 2, pp. 81-116, 2004.
  • STEIN, M. K; SMITH, M. S. 5 Practices for Orchestrating Productive Mathematical Discussions. Reston: NCTM, 2011.
  • VAN DE WALLE, John. Matemática no Ensino Fundamental: formação de professores e aplicações em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2009.
  • YACKEL, E.; COBB, P. Normas sociomatemáticas, argumentação e autonomia em matemática, tradução de João Pedro da Ponte. Journal for Research in Mathematics Education, United States, v. 27, Issue 4, p. 458, 20 p, 2 diagrams, jul/1996.

9 - Currículo, Ensino e Avaliação em Ciências III

Este módulo mergulha com mais profundidade na área de práticas de ciências e engenharia, oferecendo mais exemplos de como desenvolver estas práticas nas diferentes áreas de ciências, como Física, Química, Biologia e Ciências da Terra e Meio Ambiente. Também continuamos nosso trabalho na área de letramento fundamental (ler e escrever) em ciências, assim como letramento científico (conhecimento geral sobre conceitos importantes de ciências).

Bibliografia principal:

  • BLIKSTEIN P. (2014) Bifocal Modeling: Promoting Authentic Scientific Inquiry Through Exploring and Comparing Real and Ideal Systems Linked in Real-Time. In: Nijholt A. (eds) Playful User Interfaces. Gaming Media and Social Effects.
  • BRICKER, L. A. , BELL P., VAN HORNE, K., CLARK T. L. (2016) Obtaining, evaluating and communicating information. In C. V. Schwarz, C. Passmore, & B. J. Reiser (Eds.), Helping Students Make Sense of the World Using Next Generation Science and Engineering Practices. Arlington, VA: National Science Teachers’ Association Press.
  • HÖTTECKE, D., & ALLCHIN, D. (2020). Reconceptualizing nature of science education in the age of social media. Science Education, 104, 641–666.
  • MORALES-DOYLE, D. (2017) Justice-centered science pedagogy: A catalyst for academic achievement and social transformation. Science Education. 101:1034–1060
  • MORREL E. (2014). Ensinando os alunos a ler a palavra e o mundo. The Council Chronicle, by the National Council of Teachers of English.
  • MOURA C.B. (2019) O Ensino de Ciências e a Justiça Social – questões para o debate (Editorial). Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 36, n. 1, p. 1-7.
  • OSBORNE, J., SEDLACEK, Q. C., FRIEND, M., & LEMMI, C. (2016). Aprendendo a ler ciências. Science Scope, 40(3), 36-42.
  • SHANAHAN T. & SHANAHAN C. (2008) Ensinando Letramento em Disciplinas para Adolescentes: Repensando o Letramento de Área de Conhecimento. Harvard Educational Review: 2008, Vol. 78, No. 1, pp. 40-59.
  • WILKERSON, M. & FENWICK, M. (2016). A prática de usar matemática e pensamento computacional. In C. V. Schwarz, C. Passmore, & B. J. Reiser (Eds.), Helping Students Make Sense of the World Using Next Generation Science and Engineering Practices. Arlington, VA: National Science Teachers’ Association Press.

10 - Projeto Final: Preparando o Portfólio

Este módulo é dedicado à elaboração do portfólio final pelas professoras e professores cursistas, entregue como trabalho de conclusão do curso de especialização. Os cursistas terão o apoio do corpo docente e da coordenação do programa para a construção desse portfólio reflexivo, que deve conter os trabalhos dos módulos e o planejamento, implementação e reflexão de uma aula para avaliação de desempenho docente.

Currículo Clínico

O currículo clínico do PED Brasil consiste em um programa estruturado de mentoria, no qual cada professora e professor cursista é acompanhada e apoiada individualmente por uma mentora ao longo do curso.

  • Aulas de reflexão da prática: as mentoras são responsáveis e lideram as aulas 4, 8 e 12 de cada módulo, com o objetivo de oferecer um espaço privilegiado para que professoras e professores cursistas reflitam sobre a forma com que os temas trabalhados no módulo se conectam com a prática de suas salas de aula.
  • Visitas às escolas: as mentoras visitam ao menos uma vez cada uma das escolas em que suas mentoradas e mentorados lecionam, com o objetivo de conhecer melhor o contexto de trabalho e aproximar a teoria do curso com a prática das professoras e professores cursistas.
  • Observação e devolutiva da prática: ao longo do programa, cada mentora realiza quatro ciclos de observação e devolutiva individual com sua mentorada ou mentorado. O objetivo é apoiar o desenvolvimento profissional do professor cursista considerando os padrões profissionais do PED, as suas necessidades específicas e as suas escolhas de prioridades. O ciclo aborda desde o processo de planejamento, com o envio do plano de aula do cursista para sua mentora, até a implementação efetiva do ensino, com o envio da filmagem de um trecho longo da aula. Cada ciclo se encerra com a realização e a documentação de uma sessão de devolutiva individual por videoconferência.
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padrões profissionais do PED

Sistema de Avaliação

O Sistema de Avaliação do PED é composto por atividades desenvolvidas no decorrer de cada módulo e por uma avaliação de desempenho final, o Portfólio. A consecução das atividades no interior de cada um dos módulos organiza as bases para a construção do Portfólio.

Avaliação acadêmica dos módulos

Em cada módulo, as professoras e professores cursistas são avaliados por meio de instrumentos específicos que articulam saberes e experiências do campo profissional e da formação acadêmica, como estudos de caso, entrevistas, planejamento de sequências didáticas e de aulas, construção e aplicação de recursos didáticos, dentre outros. Cada instrumento recebe devolutivas precisas do docente como meio de registro e comunicação das competências presentes e dos desafios a superar por cada um dos cursistas.

Veja a seguir um exemplo de entrega do módulo Currículo, Ensino e Avaliação em Matemática / Ciências I:

Portfólio final

O Portfólio final consiste no trabalho de conclusão do curso de especialização e contém elementos de todos os módulos. Não se trata de uma mera compilação das atividades realizadas ao longo dos semestres, mas uma reflexão sobre as mesmas que expressa a consecução dos objetivos do programa. O processo de elaboração do Portfólio apoia a investigação, experimentação e reflexão, e está dividido em duas partes:

Parte 1 – Coletânea dos trabalhos finais dos módulos do curso: documentação e reflexão das produções e aprendizados dos cursistas ao longo do programa. Ao organizar os relatórios finais de cada módulo, as professoras e professores têm a oportunidade de revisitar e interpretar o que foi mais importante ao longo de suas jornadas no PED Brasil.

Parte 2 – Avaliação de Desempenho Docente: avaliação que tem como objetivo criar oportunidades para que cada professora e professor cursista possa demonstrar suas habilidades e práticas ao lecionar na Educação Básica. Essa avaliação inclui o planejamento de uma sequência de aulas completa, a implementação e filmagem de uma das aulas da sequência, a análise do desempenho dos estudantes e uma reflexão final.

Parte 1
Coletânea dos trabalhos

  • Coletânea dos trabalhos finais dos módulos
  • Análise e reflexão

Parte 2
Avaliação de Desempenho Docente

  • Produção de sequência didática
  • Aprofundamento do plano da aula
  • Implementação e filmagem da aula
  • Análise e reflexão